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Seja um Profissional Ágil: Virtudes, comportamentos e competências

Você já deve ter ouvido falar de gestão ágil e como empresas ágeis consistentemente ganham vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Diferentemente da crença popular, porém, agile não é uma questão de metodologias, mas, sim, uma questão de cultura. E se envolve cultura, também envolve pessoas. Veja nesse artigo o que um Profissional Ágil valoriza, como ele pensa e quais os seus comportamentos e aumente a sua entrega de valor hoje mesmo!

Nós, do IEEP, acreditamos que a Cultura Ágil é pautada em três pilares: os métodos ágeis (ferramentas de gestão de que alavancam o agilismo organizacional), as estruturas ágeis (formas em que empresas se organizam que abrem espaço para o agile) e os colaboradores ágeis (os valores e comportamentos individuais que suportam a cultura).

Pilares da Cultura ágil: metodologias ágeis, estruturas ágeis e profissionais ágeis

O Profissional Ágil

Nesse texto focaremos no profissional ágil. Quais são as características que fazem um indivíduo ser capaz de entregar mais valor a partir de menos trabalho? Os principais atributos desse indivíduo podem ser visualizados no framework abaixo:

Framework Profissional Ágil

O mindset de crescimento:

Carol Dweck descobriu a impressionante influência da forma como uma pessoa se enxerga (suas qualidades, características, defeitos e virtudes) sobre praticamente todos os aspectos na vida dessa pessoa. Ela chama essa visão que a pessoa adota de si de Mindset, palavra que virou o nome de seu best seller.

Existe um “espectro de mindsets”, extremos do espectro são representados pelo mindset fixo e o mindset de crescimento. Um mindset fixo vem da crença de que suas qualidades são esculpidas em pedra – você é quem você é, ponto final. Um mindset de crescimento vem da crença de que suas qualidades básicas são coisas que você pode cultivar através do esforço.

O profissional ágil busca trabalhar o máximo possível com um mindset de crescimento que o empodera a abraçar desafios, persistir em face a contratempos, aprender pelo criticismo e encontrar lições e inspiração no sucesso dos outros.

O fim da aversão ao erro:

Todos nós sabemos que errar é humano, mas a maioria de nós continua se apavorando com qualquer possibilidade de fracasso. Essa aversão nos leva a testar menos ideias e correr menos riscos, afinal, a melhor forma de não fracassar é não tentar. Profissionais continuam fazendo “mais do mesmo” e dizendo coisas como “mas sempre foi feito dessa forma”. Organizações com esses tipos de colaboradores são engolidas no Mundo VUCA.

Profissionais ágeis sabem que o erro é aceitável e até mesmo incentivado contanto que seja rápido, barato e traga aprendizado. Organizações ágeis não erram por errar, mas usam o erro para trazer progresso. No Spotify, por exemplo, todos os projetos fracassados são seguidos por “reuniões post mortem (pós-morte)”. O objetivo é não deixar nenhum fracasso passar sem o grupo entender o que deu errado e como evitar erros semelhantes no futuro.

O desapego a custos afundados:

Você já se encontrou na situação de se forçar a ver os episódios restantes de uma temporada de uma série que, para você, perdeu a qualidade e da qual você não gosta mais? Provavelmente, você já passou por isso e tomou a decisão de continuar assistindo a série, pensando no tempo investido assistindo todos os episódios até ali como razão para continuar. Escolhas assim são feitas por um viés decisório negativo explicado pela falácia do custo afundado.

Tal viés faz com que pessoas e organizações prossigam com uma decisão pensando nos recursos já investidos nela, mesmo quando existem evidências que tal caminho já está fadado ao fracasso. Os custos afundados são aqueles que não voltam mais e são inevitáveis em qualquer negócio. A falácia ocorre quando decisões são tomadas considerando mais os custos afundados (passado) do que as perspectivas do projeto (futuro).

Para desapegar desses custos, faça investimentos graduais em novas ideias e novos projetos e passe a valorizar mais as projeções de custos e retorno futuros do projeto.

Clareza do que o cliente quer:

Na Era Ágil, a Lei do Cliente diz que, ao contrário do que se via antigamente, hoje os clientes estão no centro do mercado e empresas gravitam ao seu redor, competindo não somente para satisfaze-los, mas para encanta-los.

O colaborador ágil não perde de vista o link entre seu trabalho e o valor requisitado pelo cliente. No mundo atual, clientes insatisfeitos não reclamam, eles simplesmente mudam de uma solução para outra.

Profissionais ágeis tem a clareza do que o cliente quer, entregam esse valor com eficiência, encantando-o e garantido sua fidelização.

Perfeccionismo ágil:

Adotar a cultura ágil não significa perder qualidade no trabalho e nas entregas. Perfeccionismo Ágil é um dos valores do IEEP e é resumido da seguinte forma:

“Valorizamos entregas bem feitas.

Mas o nosso perfeccionismo é ágil: nos esforçamos para entregar de forma ótima, entretanto com uma mentalidade ágil de produzir, feedbacks e testes constantes, aprendendo e aprimorando.

E acreditamos que o tempo é limitado, então o tempo para entregar é o tempo para entregar! Entregue sempre, com o máximo de qualidade, mas no tempo certo. Não aceitamos desculpas por não entregar.”

Priorização constante:

Profissionais ágeis fazem somente aquilo que realmente importa. Isso demanda foco e priorização e repriorização constante.

Em 1990, Harold Pashler desvendou o conceito de desperdício por troca de contexto. Ele viu que, ao executar mais de um projeto simultaneamente, não simplesmente dividimos o nosso tempo igualmente entre eles, mas desperdiçamos tempo trocando de contexto, o que faz com que eles acabem durando mais do que esperamos.

Desperdício por troca de contexto

Alguém que executa 5 projetos simultâneos, chega a dedicar 5% de seu tempo para cada projeto, desperdiçando 75% em trocas de contexto!

O profissional ágil tem clareza de suas prioridades e executa cada uma com foco elevado, diminuindo o desperdício por troca de contexto e entregando mais valor, de forma mais eficiente.

Accountability:

“Accountability” não tem uma palavra equivalente no português. É um termo que significa você pensar e agir como dono e puxar a responsabilidade para si.  Talvez o contrário desse termo é estar constantemente dando desculpas.

Pessoas que não são “accountables” são aquelas que estão sempre culpando fatores externos e não puxam a responsabilidade para si.

Diante de um resultado não esperado, você deve voltar um pouco atrás e corrigir o percurso. Se você se afogar em dar desculpas, não conseguirá fazer isso e muito menos criar uma mentalidade de crescimento, que possibilita todas as outras virtudes.

A transformação ágil começa nas pessoas e não nas metodologias. Para liderar a revolução ágil, antes de adotar qualquer ferramenta, comece com si próprio, evoluindo todas as 7 virtudes.

Leia o nosso ebook exclusivo sobre a mentalidade ágil e entenda melhor o que é de fato ser ágil.

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