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Por que tanto se fala sobre gestão ágil?

Por que tanto se fala sobre Gestão Ágil?

50% das empresas listadas na S&P 500 serão substituídas na próxima década Innosight

35% das habilidades requeridas pelo mercado de trabalho mudaram de 2016 até 2020 – Fórum Econômico Mundial

 2/3 das crianças matriculadas no ensino fundamental trabalharão em empregos que ainda não existem – ONU

Dados como os de cima, cada vez mais comuns e em destaque, mostram que vivemos em um mundo em que a mudança é a única certeza. A mudanças são exponenciais e ocorrem em uma velocidade nunca vista antes: vivemos em um mundo altamente ágil.

Por que tanto se fala sobre gestão ágil?

O Mundo VUCA

Os dados do contexto em que a maioria das empresas se encontram hoje desenham um cenário comumente definido pelo acrônimo VUCA, formado pelas palavras Volátil, Incerto (Uncertain), Complexo e Ambíguo e que busca descrever o mundo atual e suas características.

Leia abaixo uma breve definição de cada um desses aspectos e tente observar se eles se aplicam à sua realidade atual:

  • Volatilidade: faz referência à elevada taxa de mudanças que presenciamos nas mais variadas áreas de nossa vida. Seja no desenvolvimento tecnológico ou nas políticas públicas, as taxas de mudanças, mesmo sendo diferentes para áreas distintas, crescem de forma exponencial.
  • Incerteza: faz referência ao nível em que conseguimos prever o futuro com confiança, quanto mais incerto, mais difícil fica a tarefa de fazer previsões. No Mundo VUCA, compreender as relações de causa e efeito hoje não ajuda a entender as consequências futuras, pois existe um grau de incerteza quanto ao amanhã.
  • Complexidade: do latim, “complexo” significa “tecido junto”. No Mundo VUCA, a complexidade está nas inúmeras interdependências dos componentes que formam o todo e na inerente dificuldade em compreender o sistema por completo.
  • Ambiguidade: refere-se à dificuldade de interpretar significado em um contexto turvo e ao potencial de criar interpretações erradas. Uma situação é ambígua, por exemplo, quando as informações são incompletas, contraditórias ou imprecisas demais para permitir conclusões claras.

Veja também neste outro artigo “O que é o mundo VUCA e como ele impacta na sua vida”.

 

Mundo Ágil, Gestão Ágil

Para lidar com o Mundo VUCA, faz-se necessária uma mudança de paradigma no mundo dos negócios.

As empresas que prosperam atualmente não trabalham para minimizar os riscos dos cenários aparentemente caóticos em que se encontram, mas, sim, para maximizar as oportunidades que eles geram.

Para tanto, é preciso mudar paradigma da gestão burocrática para a gestão ágil.

No contexto atual, comando e controle são substituídos por empoderamento em todos os níveis; previsibilidade abre espaço para agilidade; escala e escopo claro cedem seus lugares para rapidez e fluidez e foco nas tarefas é superado pelo foco total no cliente.

Gary Hamel, diretor do Management Lab da London Business School expõe a necessidade de uma mudança estrutural com bastante urgência:

“A burocracia é o sistema de operação definitivo de praticamente todas as grandes organizações do planeta. Fundadora da ideologia do controlismo, eleva a conformidade acima de todas as outras virtudes organizacionais. A burocracia constitui um sistema de castas organizacionais que diferencia os pensadores (gestores) e os executores (empregados). Como consequência, a burocracia desperdiça enormes quantidades de iniciativa e imaginação humanas.

A economia criativa de hoje precisa de repensar radicalmente os princípios e processos de gestão de cima para baixo e tradicionais. O desafio: construir organizações que sejam tão inovadoras quanto eficientes, cheias de paixão e pragmatismo.

Não se trata apenas de implementar uma nova prática, processo ou estrutura. Em vez disso, precisamos começar com um novo conjunto de princípios de gerenciamento.” ~ Gary Hamel

Cada vez mais temos que fazer mais coisas com menos recursos e em menos tempo.  Nessa conjuntura, estamos cada vez mais buscando novas metodologias de trabalho, formas de ser mais ágil, colaborativo e produtivo.

E isso se aplica a tudo! Ao gerenciamento de projeto, na sua rotina, na liderança da sua equipe de trabalho, em como você gerencia criação de novos produtos ou mudança da estratégia.

 

As Leis da Era Ágil

Para descrever melhor a mudança de paradigma necessária no Mundo VUCA, vamos recorrer a uma excelente obra da literatura gerencial recente. Trata-se de A Era Ágil, do autor Stephen Denning.

Nesse livro, Denning traz a história do surgimento do movimento ágil, uma série de cases sobre implementação bem-sucedida do ágil, pontos de atenção e cuidado para quem quer implementá-lo e, talvez mais interessantemente, descreve as 3 leis que regem a Era Ágil.

As 3 leis são: a Lei do Cliente, a Lei do Time Pequeno e a Lei das Redes.

A Lei do Cliente:

Após o trabalho de Nicolau Copérnico, as pessoas deixaram de ter uma visão geocentrista, em que o sol girava em torno da terra, e foram convencidos do contrário, e´a terra que gira em torno do sol. As últimas décadas provocaram uma mudança semelhante no mercado.

Antes, usuários e clientes gravitavam ao redor de empresas, que simplesmente ofereciam suas soluções; agora as empresas que gravitam ao seu redor, buscando não apenas satisfazê-los, mas encanta-los.

A entrega de valor instantânea, íntima e sem atrito para o cliente deixa de ser uma possibilidade e passa a ser uma necessidade com a gestão ágil.

A Lei do Time Pequeno:

Organizações ágeis dividem o seu trabalho em múltiplos times de tamanho reduzido.

Usualmente, tais times quebram o trabalho em pacotes pequenos e os executam em ciclos curtos de execução com transparência radical e feedback do cliente e reuniões de retrospectiva ao final de cada ciclo.

Como diria Jeff Bezos, CEO da Amazon, nos primórdios da empresa:

“Todos os times internos devem ser pequenos o suficiente que possam ser alimentados com duas pizzas” ~ Jeff Bezos

A Lei das Redes:

A gestão ágil propõe que empresas operem mais como uma rede do que como uma pirâmide hierárquica.

A agilidade tem como premissa o dinamismo no fluxo de informações e na tomada de decisão, o que é reduzido com os silos e níveis de autoridade de organizações tradicionais.

Empresas ágeis permitem que seus times pequenos atuem com autonomia e criam mecanismos para garantir o alinhamento entre os mesmos. Meramente inserir times ágeis em uma estrutura hierárquica piramidal não resolve o problema.

 

Stephen Denning, ainda, manda um recado alarmante, mas real, para os executivos ao redor do mundo:

Ou você vai liderar a revolução ágil ou você vai seguir quem o fizer.

A revolução é simples. Hoje, as organizações estão conectando todos e tudo, o tempo todo. Elas estão criando um mundo no qual pessoas, insights e dinheiro interagem de maneira rápida, fácil e barata. Para alguns, a revolução é crescente e bela. Para outros, é escuro e ameaçador.” ~ Stephen Denning

 

Se você quiser, também, liderar a revolução com otimismo, ao invés de acompanha-la com medo e ceticismo, confira esses conteúdos e dê os primeiros passos em direção à gestão ágil:

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